Calmaria

Este trabalho tem, como ponto de partida, o mar. Visto por uns como um lugar de atividades lúdicas e, por outros, como uma fonte de rendimento, onde o perigo é uma constante. Contudo, para mim representa um porto “seguro” emocional ao saber que sempre haverá mais uma onda, mesmo nos momentos mais difíceis.  

Como habitante de uma vila piscatória, a minha relação com o mar vem desde tenra idade. Mar esse que aprendi a admirar, mas principalmente a respeitar; lugar de muitas emoções, alegrias e felicidades, como também de profunda tristeza. A necessidade, muitas vezes, sobrepõe-se ao perigo e, consequentemente, a probabilidade de tragédia é hiperbólica. 

Continuando esta linha de pensamento, o trabalho tem, como objetivo, obter um conjunto de imagens que reflita esta minha relação emotiva, captando diferentes condições meteorológicas, espelho de uma viagem emocional.

Vejo este trabalho fotográfico como uma pequena e humilde homenagem a todos os que perdemos para o mar, um perigo constante e oculto mesmo em tempos de calmaria.

Próximo
Próximo

Iolanda - Pesca Nazaré